segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sou má de pessoas. Nunca fui boa em convenções sociais. Sou simpática para as pessoas e a seguir sou uma verdadeira merda. Ponho-me sempre em primeiro lugar e ponho-me sempre em último. Continuo muito próxima de ex-namorados depois de ter acabado com eles até perceber que acabar é acabar, há que passar o luto, há que dar espaço para respirar. Tenho muito jeito para crianças e não tenho jeito nenhum, simultaneamente. Tão depressa as educo com firmeza como lhes dou berros, chamo-lhes nomes e passo-me por tudo e por nada. Já soube o que era ter grupos de amigos com quem se vai ao café, mas cansei-me, como me canso de todos os grupos, porque não sirvo em nenhum e aqueles em que acho que sirvo já estão preenchidos. Respondo a emails passados meses. Não gosto de trabalhar com mais ninguém a não comigo própria. Tenho obsessões e ansiedades que me consomem anos de vida e me dão cabelos brancos.
Adoro ir ao cinema sozinha. Detesto ir ao cinema sozinha. Sou feminista radical. Sou feminista liberal. Sou machista. Sou uma excelente profissional. Sou péssima profissional com níveis críticos de irresponsabilidade. Sou a alma da festa. Sou a pior companhia possível. Sou má de pessoas.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Tudo muda e a pedra é pó e o pó é cinza.
E já não te reconheço. Já não reconheço a tua racionalidade, a tua ânsia por analisar, de não deixar pedra sobre pedra, num comportamento quasi obsessivo.
Só frases curtas, secas, straight-to-the-point. (a pedra é pó)
E a minha agressividade passiva, que não é mais do que birra, que nada muda. (e o pó é cinza)

E não há Fénix.
– E agora? Vai cada um para a sua cama, não é?
– Não há outra opção...
– Há SEMPRE outra opção.
– ...
– ...

sábado, 18 de janeiro de 2014

A febre de te ler

Quero um amor desses.

Não.
Quero esse.

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Febre


E se te dissesse que estou há meses à procura do Pi? Se te dissesse que não consigo virar a página porque não a quero virar antes de ter descoberto a fórmula secreta? Parte de mim puxa-me lá para fora, diz-me «olha que bonita é a vida lá fora». Mas a outra está agarrada a contas e a mapas de memórias e a ramificações e enredos e o raio que a parta. 3,14. E o resto? O resto está escondido, mas tem de haver um padrão. TEM de haver um padrão. 3,1415926. Não estás e sinto que me amputaram um membro. TEM de haver uma razão lógica. 3,14159 26535 89793 23846 26433 83279 50288 41971 69399 37510 58. Não vou parar enquanto não a encontrar, a vida é demasiado curta para não ser gasta em cálculos. 3,14159 26535 89793 23846 26433 83279 50288 41971 69399 37510 58209 74944 59230 78164 06286 20899 86280 34825 34211 70679 82148 08651 32823 06647 09384 46095 50582 23172 53594 08128 48111 74502 84102 70193 85211 05559 64462 29489 54930 38196 44288 10975 66593 34461 28475 64823 37867 83165 27120 19091 45648 56692 34603 48610 45432 66482 13393 60726 02491 41273…

terça-feira, 19 de novembro de 2013



Reabro a chafarica para dizer que este ano participamos no Polar Post Crossing! :)
Quem estiver a ler isto e me for oferecer um postal: nada de postais malandrecos com pais/mães Natais nus/nuas e pirocas e cenas, ok? É que uma pessoa não vive propriamente sozinha e é complicado. Vá, aquele abraço. <3

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012


E o que dizer daquelas pessoas que estão no metro a passearem-se pelo cais enquanto falam ao telemóvel e se lembram de ultrapassar aquela faixa amarela que separa a plataforma da linha? Essas pessoas querem que eu morra jovem, com um enfarte do miocárdio, é o que elas querem.