segunda-feira, 30 de junho de 2014

Sou má de pessoas. Nunca fui boa em convenções sociais. Sou simpática para as pessoas e a seguir sou uma verdadeira merda. Ponho-me sempre em primeiro lugar e ponho-me sempre em último. Continuo muito próxima de ex-namorados depois de ter acabado com eles até perceber que acabar é acabar, há que passar o luto, há que dar espaço para respirar. Tenho muito jeito para crianças e não tenho jeito nenhum, simultaneamente. Tão depressa as educo com firmeza como lhes dou berros, chamo-lhes nomes e passo-me por tudo e por nada. Já soube o que era ter grupos de amigos com quem se vai ao café, mas cansei-me, como me canso de todos os grupos, porque não sirvo em nenhum e aqueles em que acho que sirvo já estão preenchidos. Respondo a emails passados meses. Não gosto de trabalhar com mais ninguém a não comigo própria. Tenho obsessões e ansiedades que me consomem anos de vida e me dão cabelos brancos.
Adoro ir ao cinema sozinha. Detesto ir ao cinema sozinha. Sou feminista radical. Sou feminista liberal. Sou machista. Sou uma excelente profissional. Sou péssima profissional com níveis críticos de irresponsabilidade. Sou a alma da festa. Sou a pior companhia possível. Sou má de pessoas.

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